Saúde mental, alimentação saudável e sustentabilidade são palavras-chave que se conectam diretamente às hortas corporativas.
Imagens de hortas corporativas projetadas e implantadas pela equipe Hortelar.
Quer saber como?
Veja, síndrome de burnout, ansiedade e depressão são males que nunca foram tão discutidos como atualmente, assim como a relação estreita entre esses transtornos mentais e o clima organizacional – conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivíduos que vivem e trabalham no espaço corporativo em questão, e que influencia as motivações e comportamentos desses indivíduos.
Isto posto, encontrar formas para estabelecer permanentemente um ambiente e um clima organizacional propício ao bem-estar e à motivação de todos os colaboradores é fundamental para promover impactos positivos nas instituições, tanto a nível social quanto econômico.
Dentre todos os aspectos necessários de serem trabalhados para atingir esse propósito, o próprio ambiente físico deve ser considerado.
Segundo o relatório Espaços humanos: Impacto Global de Design Biofílico no Local de Trabalho, a relação entre os indivíduos e seus espaços de convívio pode afetar diretamente a maneira como eles desempenham suas funções, sentem e interagem uns com os outros.
Pesquisas em psicologia ambiental mostram que estar conectado com a Natureza, é, na realidade, uma função humana adaptativa, que auxilia na manutenção da saúde mental.
Esse contato consciente pode gerar relaxamento, favorecer a concentração, resgatar nossa percepção sobre o tempo – ajudando a alinhar nossa relação com as expectativas, reduzir a ansiedade e promover o senso de coletividade.
À vista disso, o estudo citado anteriormente levantou dados sobre o impacto social no local de trabalho de ambientes com elementos naturais (biofílicos) comparado a ambientes sem esses elementos. E o resultado foi níveis até 15% mais altos de bem estar, 6% a mais de produtividade e 15% a mais de criatividade em ambientes biofílicos.
Aqui na Hortelar, com os trabalhos que nós viemos desenvolvendo ao longo dos anos, observamos na prática que através de uma horta corporativa os funcionários e colaboradores são estimulados a desenvolver maior consciência sobre a importância de manter bons hábitos alimentares e como a produção de alimentos impacta diretamente não só na sua saúde e bem-estar, como na preservação do meio ambiente.
Quando voltamos o olhar para essas questões alimentares precisamos, antes de mais nada, lembrar que no Brasil a segurança alimentar é um direito social fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988, e apesar deste ser um direito estabelecido, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil recentemente voltou ao Mapa da Fome.
E somado a esse dado alarmante, precisamos citar sobre a ampla utilização de agrotóxicos, que contaminam os alimentos, o solo e outros bens naturais, e que no Brasil tem crescido desenfreadamente, colocando em risco a saúde de todos.
Por isso, a base do nosso trabalho é a agroecologia - o estudo da agricultura por uma perspectiva ecológica, social, política, cultural, ambiental, energética e ética.
Explico-me. O conceito de agroecologia pressupõe uma agricultura orgânica, ou seja, que não utiliza fertilizantes e defensivos químicos e busca o emprego de tecnologias limpas para gerar cada vez menos impactos ambientais.
O objetivo, por sua vez, é propor uma agricultura ambientalmente sustentável que seja economicamente eficiente e socialmente justa.
Assim, as práticas agroecológicas são estruturadas de modo a criar um sistema de cultivo sustentável que possa atender às necessidades de produção alimentar em quantidade, qualidade e diversidade, e ainda promover a saúde coletiva e a preservação ambiental.
Para complementar a tríade citada no início, vem a sustentabilidade. E para compreender como as hortas corporativas conversam sobre esse tema, precisamos falar sobre aspectos globais como ponto de partida.
A agenda 2030 é uma proposta da ONU, de 2015, aos seus países integrantes para a construção e implementação de políticas públicas em prol do desenvolvimento sustentável.
Nesta agenda foram estabelecidos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) com 169 metas a serem alcançadas até o ano de 2030, que são integrados nas dimensões econômica, social e ambiental, como uma lista de tarefas a serem cumpridas pelos governos, pelo setor privado e sociedade civil na jornada coletiva para o desenvolvimento sustentável nos mais diversos pilares.
Existe também uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras, o Pacto Global.
A rede Brasil do Pacto Global, criada em 2003 é a terceira maior rede do mundo e conta atualmente com mais de 1.500 organizações participantes. Segundo o levantamento, é considerada pelas empresas com atuação no território como a principal iniciativa institucionalizada de sustentabilidade corporativa do país.
Nessa perspectiva, enxergamos as hortas como palco para muitas reflexões e vivências.
As hortas nas empresas pressupõem uma abordagem de responsabilidade social eficaz e duradoura que incentiva a autonomia e a responsabilização.
A empresa aumenta o bem-estar de seus trabalhadores, promovendo a saúde alimentar, oferecendo um alimento orgânico, fresco e rico nutricionalmente, além de gerar impactos emocionais positivos advindos do próprio contato e trato com a Natureza.
Com isso, a empresa passa também a ter uma ação continuada em prol do desenvolvimento sustentável e responde a vários objetivos elencados pela ONU.
Acreditamos que ao levar essa discussão para o ambiente corporativo, estimulamos atitudes que contribuem para gerar impactos sociais positivos e soluções ambientais sustentáveis, como por exemplo o correto gerenciamento de resíduos e o fortalecimento de ações de economia circular, como ocorre na horta Eurofarma.
Brasil. Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. 2015. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustentavel>
Browning, Bill; Cooper, Sir Cary. Espaços humanos: O impacto global do design biofílico no ambiente de trabalho. 2020.
Disponivel em: <https://interfaceinc.scene7.com/is/content/InterfaceInc/Interface/Americas/WebsiteContentAssets/Documents/Reports/Human%20Spaces/Global_Human_Spaces_Report_pt_BR.pdf>
Friedrich, Karen (org.). Dossiê contra o Pacote do Veneno e em defesa da Vida!/ Organizadores: Karen Friedrich, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, Juliana Acosta Santorum, Amanda Vieira Leão, Naila Saskia Melo Andrade e Fernando Ferreira Carneiro; Prefácio de Leonardo Melgarejo e João Pedro Stedile. – 1. ed. -- Porto Alegre: Rede Unida, 2021. Disponível em: <https://www.abrasco.org.br/site/categorias-interna/agrotoxicos-e-agroecologia/dossie-contra-o-pacote-do-veneno-e-em-defesa-da-vida/60709/>
Guljor, Ana Paula Freitas et al. Clima organizacional e seus reflexos na saúde mental dos trabalhadores. Revista GETS, Sete Lagoas, v. 3 (Edição Especial): p.98-121, 2020. Disponível em: <https://ojs3x.gets.science/index.php/gets/article/view/60>
Pacto Global Rede Brasil. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/no-brasil>
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Excelente artigo! Parabéns!!! http://realgramas.com.br/