Tudo começa e termina no solo.
O solo não é um ser vivo comum, ele é complexo, cíclico, eterno. Ele abriga e alimenta a vida. É nele que está a fonte absoluta de energia de todos os seres vivos.
Escrevo esse trecho tomada por incômodos.
Sendo o solo a base para gerir e manter a vida na Terra, como explicamos o fato dele ser uma das fontes naturais que mais sofre degradação em todo o planeta?
O processo de formação de solo é lento. Para ser mais precisa, é necessário cerca de 400 anos para se formar um único centímetro de solo¹.
Em contrapartida, basta pouco tempo de exploração intensa para exauri-lo.
Essa é a condição atual do solo que alimenta a humanidade.
A agricultura convencional utiliza-se de técnicas que não são ideais para cuidar do nosso solo tropical, pois foi pensada com o intuito de explorar solo de clima temperado. Por isso, para recuperar e proteger esse nosso patrimônio natural precisamos recorrer a técnicas que reconheçam as particularidades de cada ecossistema e trabalhe através dos princípios do cuidado e da regeneração.
O primeiro passo para cuidar da saúde do solo é conhecer suas características físicas, químicas, biológicas e mineralógicas, para utilizá-lo de acordo com o seu potencial, respeitando suas fragilidades.
Ao entender as condições do solo, podemos escolher as técnicas de cultivo sustentável que melhor atendem às necessidades.
Segundo Ana Primavesi², alguns pontos básicos a se considerar ao fazer o uso sustentável dos solos tropicais incluem:
I. Agregar o solo, disponibilizando matéria orgânica superficial através do uso de palhada, restolhos e adubos verdes.
II. Proteger o solo contra o aquecimento, o dessecamento e o impacto das chuvas, utilizando cobertura morta, mulch ou realizando um plantio mais adensado e consorciado.
III. Aumentar a biodiversidade, realizando o plantio diversificado de plantas.
IV. Manter a saúde vegetal pela alimentação equilibrada. Você sabia que as plantas necessitam de 46 nutrientes para realizarem suas atividades? A falta e o excesso desses macro e micronutrientes aumentam o risco de pragas e doenças, por isso é importante manter uma concentração adequada para garantir raízes fortes que consigam explorar um maior volume de solo.
É assim que devemos cuidar e proteger nosso patrimônio natural: entendendo as propriedades, potencialidades e fragilidades do solo e escolhendo formas adequadas de manejo para seguirmos no caminho da regeneração.
¹ Rachwal, Marcos Fernando Gluck. O solo.
Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1013151/1/10solo.pdf>
² Primavesi, Ana. Manual do solo vivo: solo sadio, planta sadia, ser humano sadio. 2ª ed., Editora Expressão popular, 2016.
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